29 de Abril de 2008 - 20h37
Brasília - O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse hoje (29), na reunião da Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional, que o Brasil ainda não se ressentiu dos efeitos da crise econômica mundial, provocada pela crise imobiliária nos Estados Unidos, mas que os investimentos internacionais podem ser atingidos.
Paulo Bernardo disse ainda que não é possível dimensionar o real alcance da crise, mas recomendou cautela. “Com exceção das oscilações da bolsa, não aconteceu nada até agora no Brasil, não tivemos nenhum efeito prático da crise. Por enquanto, não temos crise aqui. Mas claro que caldo de galinha e cautela não fazem mal a ninguém, e temos que trabalhar para não ter [crise]”, disse.
Ele admitiu, no entanto, que um dos reflexos da crise pode ser a demora em conceder ao Brasil o chamado grau de investimento. Concedido por agências internacionais de classificação de risco, o grau de investimento faz com que um país seja considerado como de baixo risco de inadimplência para os investidores internacionais.
“Com relação ao grau de investimento, certamente essa incerteza internacional pode provocar alguma dificuldade, mas o Brasil já vem sendo tratado por setores do mercado como se fosse de grau de investimento”, observou.
A crise se intensificou nos Estados Unidos, desde o início do segundo semestre do ano passado, porque vários credores do setor imobiliário deixaram de pagar suas dívidas. Com a crise imobiliária, as instituições financeiras passaram a ser mais cautelosas na concessão de crédito, o que provocou retração na atividade econômica.
Preocupado com uma possível escassez de alimentos que organizações internacionais vêm prevendo que ocorrerá em vários países, Paulo Bernardo disse que, a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros de várias áreas vão elaborar um plano para que a produção brasileira de alimentos cresça com mais rapidez. “Se tem um país que tem facilidade de se reposicionar rapidamente para aumentar a sua produção de alimentos é o Brasil”, disse.
Paulo Bernardo acrescentou que a alta no preço do petróleo, no mercado internacional, abriu caminho para atrair investidores interessados em explorar a commodity em parceria com a Petrobras. “Não vou ficar falando de projeções de produção, porque, depois, vão dizer que estão vazando informações antecipadamente, mas nós sabemos que o Brasil tem uma reserva extra, nova, muito grande, que vamos ter que saber explorar”, disse.
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2008/04/29/materia.2008-04-29.4118604157/view
quinta-feira, 1 de maio de 2008
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