domingo, 11 de maio de 2008

Crescimento industrial pode tornar região um novo ABC

IMPACTO AMBIENTAL - [ 11/05 ]
A região de Sorocaba pode vir a ser, em um curto espaço de tempo, o próximo ABC paulista. A comparação foi feita na manhã de ontem, pelo Secretário de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Hamilton Pereira, em entrevista exclusiva ao jornal Cruzeiro do Sul, na 3ª Conferência Nacional do Meio Ambiente, em Brasília, DF.
Segundo o secretário, a industrialização na região já foi uma estratégia para desviar o ABC da rota das indústrias e, se continuar neste ritmo desenfreado de crescimento, com impactos tanto ambientais quanto sociais, nos próximos anos, a região poderá ser considerada sim, a nova ABC, tanto pelo lado bom do desenvolvimento, quanto pelo ruim do impacto ambiental. A região é apontada como uma das 10 regiões do Estado consideradas as maiores emissoras de CO2 na atmosfera, segundo relatório da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb). Segundo definiu o gestor ambiental e assessor de Meio Ambiente da cidade de São Caetano do Sul, no ABC, Horácio Almeida Pires, presente à conferência, o ABC é um exemplo de degradação, impacto ambiental, negligência de políticas ambientais e exemplo de status de vida e consumo que levam à degradação ambiental.
Como disse, há uma ilusão quanto à qualidade de vida em São Caetano do Sul, o melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país, e um dos melhores do mundo. Eles avaliam a presença de escolas, quantidade de aparelhos domésticos, mas não medem qualidade ambiental. O verdadeiro IDH será sentido nos próximos 10, 20 anos, falou Pires sobre a realidade camuflada do ABC.
Quanto ao fato da região de Sorocaba caminhar para esta mesma realidade, ele disse que "o mundo caminha para um fim". E complementou, exemplificando que, mesmo na Conferência Nacional do Meio Ambiente, todos iriam continuar falando, discutindo leis, políticas ambientais e criando termos para tentar amenizar o desespero. "Aprendi na filosofia antiga que a tradução para a palavra progresso é decadência", desabafou ele que nasceu e vive ainda no ABC.
http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia.phl?editoria=39&id=85785

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