Jornal Destak, 13/05/2008
Após 120 anos da abolição da escravidão, os jovens negros mais pobres ainda têm mais dificuldades para cursar faculdade do que os brancos com o mesmo perfil socioeconômico. A cada 100 brancos entre 17 e 25 anos com renda per capita familiar de até um salário mínimo que estão no ensino superior, há apenas 60 negros em situação similar – uma diferença de 40%.
Para uma situação de igualdade, seria necessário que a proporção de negros (soma dos que se classificam pretos e pardos) na universidade fosse igual a de brancos, já que os dados do IBGE que embasam o levantamento foram ponderados pela participação de cada grupo racial na população da referida faixa etária.A conclusão está no livro Democracia Racial, do discurso à realidade (Paulus Editora, R$ 27), de Vinícius Rodrigues Vieira, repórter do Destak. Ele tabulou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2002, último ano antes da implantação, em larga escala, de ações afirmativas, como cotas, no Brasil.Já entre os que têm renda per capita familiar de cinco a 20 salários mínimos, a proporção varia de 80 a 90 negros para cada 100 brancos matriculados na faculdade (veja tabela acima). Considerando a pequena amostragem da PNAD para essa faixa de renda, são necessários mais estudos para dizer se há desigualdade racial nas classes mais ricas. “Mas há indícios suficientes para dizer que a renda funciona como ‘combustível’ para o ingresso na universidade, já que permite o acesso a escolas privadas”, afirma.HipótesesPara Vieira, porém, esses dados não justificam a implantação de ações afirmativas com base em raça, o que, no longo prazo, poderia aumentar o racismo existente e reafirmar o conceito biológico de raça.“Antes, os dados demonstram que é necessário dar mais qualidade ao ensino básico. Assim, fatores que produzem desigualdade, como a herança da escravidão, que afeta famílias com ancestralidade negra, seriam neutralizados”, diz o jornalista.
Para uma situação de igualdade, seria necessário que a proporção de negros (soma dos que se classificam pretos e pardos) na universidade fosse igual a de brancos, já que os dados do IBGE que embasam o levantamento foram ponderados pela participação de cada grupo racial na população da referida faixa etária.A conclusão está no livro Democracia Racial, do discurso à realidade (Paulus Editora, R$ 27), de Vinícius Rodrigues Vieira, repórter do Destak. Ele tabulou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2002, último ano antes da implantação, em larga escala, de ações afirmativas, como cotas, no Brasil.Já entre os que têm renda per capita familiar de cinco a 20 salários mínimos, a proporção varia de 80 a 90 negros para cada 100 brancos matriculados na faculdade (veja tabela acima). Considerando a pequena amostragem da PNAD para essa faixa de renda, são necessários mais estudos para dizer se há desigualdade racial nas classes mais ricas. “Mas há indícios suficientes para dizer que a renda funciona como ‘combustível’ para o ingresso na universidade, já que permite o acesso a escolas privadas”, afirma.HipótesesPara Vieira, porém, esses dados não justificam a implantação de ações afirmativas com base em raça, o que, no longo prazo, poderia aumentar o racismo existente e reafirmar o conceito biológico de raça.“Antes, os dados demonstram que é necessário dar mais qualidade ao ensino básico. Assim, fatores que produzem desigualdade, como a herança da escravidão, que afeta famílias com ancestralidade negra, seriam neutralizados”, diz o jornalista.
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