segunda-feira, 5 de maio de 2008

Pra não dizer que não falei nada... "Campeão, com show de bola!"

Foto: Paulo Pinto


Palmeiras humilha a Ponte Preta, goleia por 5 a 0 no Palestra Itália lotado, quebra jejum de 9 anos sem títulos expressivos e volta a levantar um troféu do Estadual depois de 12 anos

Daniel Akstein Batista e Giuliander Carpes

Foi uma festa que há muito não se via no Palestra Itália. Ontem, em um estádio com mais de 25 mil torcedores vibrando e empurrando o time, o Palmeiras finalmente deu sua volta olímpica. E com estilo. Ao golear a Ponte Preta por 5 a 0, levantou o seu 22º troféu do Campeonato Paulista. Merecido. O maior vencedor é o Corinthians, com 25.
A torcida esperava por esse momento desde 1996, quando o time do já vencedor técnico Vanderlei Luxemburgo foi campeão paulista pela última vez. Três anos depois, Luiz Felipe Scolari levou o Palmeiras à sua última conquista de peso, a Taça Libertadores da América. E, depois, o time não passou de mero coadjuvante nos torneios.
Ontem, num Palestra lotado, os donos da casa poderiam até perder por um gol de diferença para fazer a festa - venceu o jogo de ida, na semana passada, em Campinas, por 1 a 0. A vantagem era imensa, e nem mesmo a decepção da eliminação na Copa do Brasil, pelo Sport, na quarta-feira, poderia atrapalhar. A Ponte até que tentou, mas não teve forças para aprontar na casa do adversário e amargou o quinto vice-campeonato estadual em seus 107 anos de história.
O Palmeiras entrou com força máxima em campo. A Ponte também escalou seus melhores jogadores, apesar do mistério que o técnico Sérgio Guedes fizera durante toda a semana, ao dizer que Elias e César não atuariam. Enganou todo mundo, mas sem sucesso - César perdeu quase todas as bolas na zaga e Elias não teve o rendimento esperado no meio-campo.
O Palmeiras, ao contrário, não decepcionou. No gol, Marcos mostrou mais uma vez por que voltou a ser titular. Pegou um difícil chute de Renato (que desviou na zaga alviverde) no primeiro tempo e uma bomba de longe de Vicente, no segundo. No fim, foi substituído por Diego Cavalieri. Deixou o campo ovacionado pela torcida.
Jogando com tranqüilidade e administrando o resultado, o Palmeiras faria o gol a qualquer momento. Após cruzamento pela esquerda, aos 19 minutos, Ricardo Conceição mandou contra sua própria meta.
O placar favorável já praticamente assegurava o título ao Palmeiras, mas o torcedor só foi soltar o grito de campeão quando o atacante Alex Mineiro fez o segundo gol alviverde aos 34, de cabeça.
A festa da torcida ganhava força com o passar do tempo. Assim como a goleada palmeirense, que foi construída com facilidade na segunda etapa.
Precisando de uma virada histórica para ser campeã, a Ponte foi para cima e deu espaço aos jogadores palmeirenses. Aos 28 minutos, Valdivia pegou a bola, passou por dois adversários e marcou um golaço. Alex Mineiro, em tarde inspirada, ainda anotou mais dois (aos 30, em impedimento, e 32) e assumiu a artilharia isolada da competição, com 15 gols marcados.
Aos gritos de ?olé? da torcida, o Palmeiras tocou a bola com calma e poderia ter até aumentado sua goleada. No fim, Diego Souza e Deda se estranharam e foram expulsos. Nada que estragasse a festa alviverde. A tarde de 4 de maio de 2008 entrou para a história do clube. Fim do jejum de títulos, Palmeiras campeão estadual!

CHAVES DO JOGO
1. DIFERENÇA TÉCNICA
O elenco palmeirense é infinitamente superior ao da Ponte Preta


2. GOL CONTRA
Ricardo Conceição fez contra no início da partida e pôs fim a qualquer esperança da Ponte


3. LUXEMBURGO
Decisivo, técnico se tornou o maior vencedor do Paulista ao lado de Lula, com 8 conquistas


4. GOL DE CRAQUE
Valdivia mostrou todo o seu talento e porque foi o melhor jogador do Paulista
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080505/not_imp167314,0.php

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