Inflação tem maior alta desde o Plano Real: 1,88% em maio

O IGP-DI subiu 1,88% em maio, ante 1,22% no mês anterior; índice anual deve ficar em dois dígitos; o arroz continua sendo o grande vilão
10/06/2008
O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), registrou alta de 1,88% em maio, puxado principalmente pelos preços dos alimentos.
A taxa é a maior desde janeiro de 2003, quando ficou em 2,17%, e é a elevação mais forte para um mês de maio desde a criação do real. Em abril, a alta foi de 1,12%
Diante deste resultado, a FGV já prevê que a inflação anual medida pelo IGP chegue a dois dígitos. Em 2007, o índice ficou próximo a 7,5%.

Arroz e combustíveis
A principal contribuição para a aceleração partiu dos preços no atacado, que tiveram aumento de 2,22%. O destaque foram os alimentos in natura, que subiram 4,04%, contra uma deflação de 7,58% no mês anterior.
O arroz voltou a ser o grande vilão, mas já apresenta desaceleração no atacado. Em maio, o custo do arroz em casca ficou 15,98% mais caro. Em abril, a alta foi de 27,78%. O minério de ferro também perdeu força, subiu 11,38%, contra 13,48% em abril. Já os combustíveis apresentaram alta expressiva, de 7,19%. No varejo, os alimentos continuaram em alta, de 2,33%
“Ter a maior alta dos últimos cinco anos e meio não é algo bom, mas acho que o IGP-DI atingiu o pico em maio”, disse Salomão Quadros, economista da FGV.
O IPC-S também acelerou. Na 1ª medição de junho subiu 1,11%, ante 0,95% na anterior.l

Bovespa acentua perdas com índices
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, caiu 0,72%, arrastado pelos índices inflacionários acima das previsões e das ações da Vale. Surgiram rumores de captação de capital da mineradora para aquisições.´
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