Consumo - [ 26/06 ]
Após a sanção da nova lei seca, o Brasil sai do grupo dos 20 países mais tolerantes em relação ao consumo de álcool por quem estiver dirigindo e vai para o grupo dos 15 mais rígidos, entre as 82 nações pesquisadas pela instituição norte-americana International Center for Alcohol Policies, que luta pela redução do consumo de bebidas alcoólicas A lei 11.705, que entrou em vigor na última sexta-feira, prevê limite de 2 decigramas de álcool por litro de sangue - a partir desse volume o motorista é multado em R$ 955, perde a carteira e o carro é apreendido. Acima de 6 decigramas por litro (menos do que uma lata de cerveja), a infração é considerada crime, com pena de até três anos de prisão.
A pesquisa mostra que a legislação brasileira é mais rígida do que a de 63 países, que prevêem limite de concentração de álcool entre 3 e 8 decigramas por litro de sangue.
Entre os países da América do Sul, o Brasil tem a segunda legislação mais rígida -atrás apenas da Colômbia, que prevê tolerância zero de álcool. O Uruguai é o país sul-americano mais tolerante ao álcool, com limite de 8 decigramas por litro.
Na Inglaterra, onde o limite também é de 8 decigramas, a legislação obriga as pessoas a passarem pelo teste do bafômetro - caso se recusem, são obrigadas a permanecerem detidas por pelo menos 12 horas.
Outros exemplos recentes mostram a preocupação dos governos com o tema. Na França, onde o limite é de 5 decigramas, foi aprovada no mês passado uma lei que obriga todos os bares e casas noturnas a terem seus próprios aparelhos de bafômetro. A primeira coisa que devemos entender é que não há país no mundo que não tenha reduzido o número de acidentes após ter diminuído a tolerância. Agora, na prática, a tolerância é zero mesmo no Brasil, diz Alberto Sabbag, da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet).
Segundo Sabbag, o primeiro país no mundo a diminuir a tolerância em relação ao álcool foi o Japão, na década de 1970. Já naquela época, devido à sua geografia, o Japão tinha a maior densidade de tráfego do mundo. Quando os acidentes subiram demais, a tolerância no país foi a zero. Hoje, é um dos exemplos de rigidez no cumprimento e execução das leis, afirma.
Há países que vão no sentido contrário. No Canadá, cuja legislação é mais tolerante em relação álcool - de 8 decigramas por litro de sangue -, em 2006, mesmo pressionado pela sociedade, o governo decidiu que a melhor solução não seria diminuir a tolerância, mas fazer valer a legislação existente - uma das decisões foi aumentar o efetivo e equipar a polícia com melhores equipamentos.
http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia.phl?editoria=20&id=97904
sábado, 28 de junho de 2008
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