sábado, 28 de junho de 2008

Assalariados pobres ganham poder de compra, e desigualdade recua 7%


Estudo do Ipea mostra que média salarial dos trabalhadores que ganham menos subiu 4,5 vezes mais do que a dos que ganham mais
24/06/2008@02:27:21 GMT-3

Estudo divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que, entre o quarto trimestre de 2002 e o primeiro de 2008, a desigualdade entre os rendimentos dos trabalhadores brasileiros caiu 7%.

Para fazer a análise, o Ipea divide os assalariados em dez faixas de renda. Na primeira, ficam os 10% que ganham menos e, na última da seqüência, os 10% que ganham mais.Entre 2003 e 2007, os 10% com menores salários tiveram uma melhora de 22% na sua renda – a média passou de R$ 169,22 mensais para R$ 206,38. Essa melhora foi mais de quatro vezes maior que a ocorrida para os 10% que ganham os maiores salários. Para esses, a alta foi de 4,9%, com a média passando de R$ 4.625,74 em 2003 para R$ 4.853,03.


Segundo o presidente do Ipea, Marcio Pochmann, três fatores justificam a melhoria de renda dos mais pobres: a recuperação do poder de compra do salário mínimo, os programas sociais de transferência de renda e os investimentos do setor produtivo nos últimos anos, que permitiram a contratação de trabalhadores de menor renda.


Ainda um país primitivo

Entre o fim de 2002 e o começo de 2008, o índice de Gini na renda do trabalho – o intervalo entre a média dos 10% mais pobres da população e a média dos 10% mais ricos – caiu de 0,543 para 0,505. O índice de Gini varia de 0 a 1 – quanto mais perto de 1, maior desigualdade; quanto mais perto de zero, menor desigualdade.

“Para um país não ser primitivo, esse índice precisa estar abaixo de 0,45”, afirma Pochmann. Segundo o Ipea, em 2007, a média salarial dos 10% que ganham mais era 23,5 vezes maior que a média dos 10% que ganham menos. Em 2004, era 27,4 vezes maior.

O total dos salários pagos no país ainda responde por pouco da renda nacional: apenas 39,8% do total.l

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