sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Prova da avaliação seriada da USP terá 50 testes

05/08/2008 - 09h14
A prova do Programa de Avaliação Seriada da USP terá 50 questões de múltipla escolha e o candidato deverá acertar mais de 12 testes para que o bônus de até 3% seja considerado na nota do vestibular da Fuvest. Ou seja, quem acertar menos do que isso não ganhará nada.

A novidade começa a valer no próximo vestibular, e só poderão fazer a prova, que é gratuita e opcional, alunos do terceiro ano do ensino médio da rede pública estadual de São Paulo. Eles deverão ter cursado os outros dois anos do ensino médio em escola pública de qualquer parte do país. O período de inscrição começa na próxima segunda, 11, e vai até 22 de agosto.

"Não iremos atribuir bônus para quem for muito mal na prova. Isso não teria muito sentido", diz Mauro Bertotti, coordenador do grupo de trabalho da pró-reitoria de graduação da USP que analisa o vestibular.

O Pasusp, abreviação do nome do programa, faz parte do Inclusp, projeto de inclusão social para ampliar o acesso à USP de estudantes oriundos da rede pública. Eles representam 85% dos estudantes no Estado, mas são perto de 25% dos aprovados na Fuvest. A meta para 2009 é atingir 30%.

Outra nova medida que deve beneficiar os alunos da rede pública é o uso do Enem, conforme o desempenho na prova, para conceder um bônus de até 6% na nota do vestibular. Também aqui haverá uma nota mínima para o benefício ser dado: será preciso acertar a partir de 16 questões da prova do Enem.

Com o acréscimo de 3% na Fuvest que já era dado aos estudantes que cursaram o ensino médio integralmente em escolas públicas do Brasil, o bônus total pode chegar a 12% -mas isso se o vestibulando tirar notas máximas no Enem e na prova da avaliação seriada.

Assim como em anos anteriores, tanto os alunos da rede pública como os da particular poderão continuar a usar o Enem na composição da nota da primeira fase da Fuvest. De acordo com o desempenho, o exame pode representar até 20% da nota.

A avaliação seriada é uma parceria da USP e da Secretaria de Estado da Educação. Ela será aplicada em 19 de outubro pela Fuvest em escolas públicas na capital e em 44 cidades paulistas. O conteúdo será baseado nos parâmetros curriculares definidos pela secretaria.

Alunas do terceiro ano, as colegas Raquel Araujo Ponte, 17, Priscylla Alves Quintanilha, 17, e Paola Passone Vasconcelos, 17, estão empolgadas com o aumento de bônus para a Fuvest. "Todo mundo aqui da escola deve participar [do Pasusp]", afirma Raquel, que prestará jornalismo. "É um estímulo muito grande para nós, que somos da escola pública."

"Está todo mundo animado com a prova", concorda Karen Lima Noleto, 17, que irá tentar somente a Fuvest neste ano, mas ainda não decidiu para qual carreira. "O ensino na rede pública é muito defasado."

Para a ONG Educafro (que oferece cursinhos a alunos de baixa renda), porém, os bônus são ineficazes. "Para atingir os 12%, é preciso tirar nota máxima em todas as provas, o que é difícil para os alunos da rede pública", diz Douglas Belchior.

O sistema também é questionado pelos cursinhos. "Essas diversas ações são muito fragmentadas e geram uma certa confusão", opina Carlos Eduardo Bindi, coordenador do Etapa. "Estão querendo corrigir o problema do sistema educacional com o bônus", critica Alberto Francisco do Nascimento, coordenador do Anglo.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u429687.shtml

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