Qui, 14 Ago, 11h48
LOS ANGELES (AFP) - Madonna e Michael Jackson vão celebrar meio século de vida este mês mas, enquanto a cantora comemora a data em perfeita forma física e artística, o "rei do pop" parece ter menos razões para festejos.
Madonna Louise Ciccone nasceu em 16 de agosto de 1958 em Michigan (norte) e Michael Joseph Jackson, 13 dias depois e 450 km a leste, precisamente em Indiana.
Em meados dos anos 1980, ambos se tornaram os cantores das músicas mais populares do mundo inteiro.
Jackson com o histórico "Thriller" (mais de 50 milhões de álbuns vendidos), e Madonna graças a um primeiro disco homônimo em 1983 e, um ano depois, a "Like a Virgin", uma mistura de provocação com sexo e religião que vendeu 21 milhões de cópias.
Embora Michakl Jackson tenha conhecido a fama muito jovem ao lado de seus irmãos, tanto ele quanto Madonna se beneficiaram do canal musical MTV, que difundia todos os seus clipes incansáveis vezes, lembrou Robert Thompson, professor de comunicação audiovisual e especialista em cultura popular da universidade de Syracuse (leste).
Para ele, "Michael Jackson, como músico, dançarino e artista em cena, tinha dez vezes mais talento que Madonna. Ele é alguém que compete com Sinatra, Bing Crosby e Elvis Presley".
Mas como ele se envolveu em diversos escândalos, Madonna foi quem conseguiu permanecer no palco. "Ela se reinventou", destacou Geoff Mayfield, responsável das classificações da publicação musical profissional Billboard: "Nunca estamos livre de surpresas com Madonna", comentou.
Com seu corpo atlético, Madonna continua atuando brilhantemente. Ela superou uma série de escândalos que chegaram a envolver até o Vaticano, pelo uso de símbolos religiosos. "Filmes exibicionistas, álbuns de fotos fetiches, bissexualidade... Nada disso teve um impacto negativo em sua carreira", disse Thompson.
Depois de ter vendido mais de 200 milhões de discos, a "material girl" assinou um contrato de dez anos em 2007 que cobre todos os aspectos de sua atividades artística, calculado em 120 milhões de dólares.
"Não sei como vai ser quando tiver 60 anos, mas Mick Jagger chegou lá e continua em plena forma", comparou Jerry Del Colliano, especialista da indústria da música na Universidade do Sul da Califórnia, que vê em Madonna "uma mulher de negócios com talento, capaz de dirigir uma gravadora".
Ao contrário, Michael Jackson, que vendeu muito mais discos que Madonna, não consegue resolver seus problemas há dez anos, principalmente depois que passou pelo banco dos réus por abuso sexual de um menor.
Apesar de ter sido absolvido em 2005, sua carreira não voltou a decolar: ele vive recluso em Las Vegas, onde recentemente os paparazzi o fotografaram numa cadeira de rodas.
"Podemos dizer que Michael Jackson perdeu sua capacidade criativa e sua capacidade de ser uma estrela", afirmou Del Colliano. Segundo Thompson, "Michael Jackson é o exemplo perfeito de alguém que foi destruído pelo nível de glória que alcançou".
"Até antes dos casos na justiça, ele já tinha se perdido", acrescentou Mayfield, referindo-se ao mundo excêntrico criado por Jackson em seu rancho na Califórnia.
"Acidentalmente fez uma paródia de si mesmo, e será difícil se recuperar como um artista sério", acrescentou Thompson.
Mas ele deixou uma herança musical: em 2008, Jackson vendeu 627.000 exemplares de sua versão remasterizada de "Thriller" nos EUA.
Por sua vez, Madonna vendeu 612.000 cópias de seu último disco, "Hard Candy", que alcançou o primeiro lugar da 'hit-parade' americana.
Mãe de três filhos hoje, a celebridade pretende comemorar seus 50 anos em sua mansão, a oeste de Londres, segundo revelou o jornal Daily Mail. Já o porta-voz de Jackson, consultado pela AFP, não disse como o astro vai passar seu aniversário.