sexta-feira, 18 de abril de 2008

MST amplia protestos 12 anos após mortes em Eldorado dos Carajás

quinta-feira, 17 de abril de 2008 16:13 BRT
Por Julio César Villaverde
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) intensificou na quinta-feira, 12o aniversário do massacre de Eldorado dos Carajás (PA), seus protestos exigindo a aceleração da reforma agrária.
Entre as ações, incluíram-se a ocupação de uma das maiores usinas hidrelétricas do país, a paralisação de uma linha de trem usada para o transporte de ferro, a invasão de fazendas, a tomada de pedágios em estradas e outras manifestações.
O MST cumpre neste mês uma jornada nacional pela reforma agrária, batizando-o de "Abril Vermelho" como alusão ao assassinato de 19 agricultores em meio a uma ação policial para dispersar os manifestantes que ocupavam uma estrada de Eldorado do Carajás.
"Depois de 12 anos de um massacre de repercussão internacional, o país ainda não resolveu os problemas dos pobres do campo, que continuam sendo alvo da violência dos fazendeiros e da impunidade da Justiça", afirmou o movimento em um comunicado.
As manifestações de quinta-feira ocorreram um dia depois de os militantes do MST e de outros movimentos rurais terem realizado ações em vários Estados brasileiros, exigindo, entre outras medidas, o assentamento de 150 mil famílias que vivem em acampamentos.
DECEPÇÃO COM LULA
Na mobilização, os sem-terra criticaram também as políticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Estamos protestando porque a reforma agrária foi retirada da agenda do governo e porque queremos homenagear os companheiros caídos", disse Ulisses Manaças, da Coordenação Estadual da Via Campesina e do MST no Pará, acrescentando que o governo privilegiava com suas políticas a monocultura e as grandes empresas do setor agroindustrial. Segundo Manaças, existe em todo o país uma cifra recorde de 150 mil famílias vivendo em acampamentos precários, à espera de serem assentadas, mas o governo só entregou terras públicas ou terras em regiões de difícil acesso, como na Amazônia.
"A verdade é que estamos insatisfeitos (com Lula) porque, quanto à reforma agrária, houve apenas promessas não cumpridas", acrescentou, indicando que, na mobilização de quinta-feira, seriam realizadas ações em 23 dos 26 Estados brasileiros e no Distrito Federal.
http://br.reuters.com/article/topNews/idBRB17566320080417

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