Qua, 16 Abr, 11h43
Com a CPI do mundo real presa a um enredo de poucas emoções, um grupo de deputados resolveu investigar mazelas de ficção. Integrantes da Comissão de Defesa do Consumidor, da Câmara, promoveram ontem uma audiência sobre o conteúdo da programação do canal de desenhos Cartoon Network, veiculado pela TV paga.
Mesmo sem poderes para quebrar sigilos, os deputados identificaram, com a devida ajuda da assessoria técnica parlamentar, o inimigo, o suspeito de desvirtuar os bons costumes: Harvey, o advogado. Trata-se uma reencarnação animada do Homem Pássaro, super herói careta que fez sucesso nos anos 70. Harvey atua como um advogado, ao lado de seu antigo mascote, agora escrivão, Vingador, solucionando casos jurídicos entre personagens de séries animadas criadas por Hanna-Barbera, como Fred Flintstone e Scooby-Doo. No desenho, os personagens passam por experiência mundanas e existenciais, algumas vezes erótica. Isso provocou revolta na Câmara.
Embora, nem Scooby-Doo nem Barney e Fred tenha feito uso de cartão corporativo ou produzido dossiês. Os deputados Celso Russomanno (PP-SP) e Júlio Delgado (PSB-MG) chegaram a advertir o diretor-executivo jurídico da Net TV, André Muller Borges, de que ele tinha sorte por estar depondo a uma comissão temática, e não a uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). "Se aqui fosse uma CPI, o senhor estaria encalacrado", disse Delgado, sinalizando que Borges poderia ter sido preso por mentir. O deputado Barbosa Neto (PDT-PR), que convocou a audiência pública, exibiu trechos de desenhos animados, veiculados pelo canal Cartoon Network, com cenas de violência, como esfaqueamento e suicídio: "Fiquei chocado, porque crianças assistem a esses desenhos", protestou.
quinta-feira, 17 de abril de 2008
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