domingo, 21 de setembro de 2008

18 milhões de jovens estão fora da escola

Pesquisa também mostra redução do número de alunos de 15 a 24 anos entre 2006 e 2007
19/09/2008

Pesquisa anual do IBGE vê avanços em emprego e renda, mas revela queda no número de estudantes de 15 a 24 anos

Analfabetismo cai para 10%; taxa é uma das mais altas das Américas, pior que as da Bolívia, Suriname e Paraguai

Mais de 20% das residências têm acesso à internet; maioria dos trabalhadores contribui com a Previdência.

Mais de 18 milhões de brasileiros entre 15 e 24 anos não estão em nenhuma instituição de ensino, mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) 2007, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na faixa etária que vai dos 15 aos 17 anos, referente ao Ensino Médio, 1,8 milhão está fora da escola, o que representa 17,9% do total.

Entre os jovens de 18 a 24 anos, etapa de ingresso na faculdade, mais de 16,5 milhões não estão estudando (69,1% do total).
Além de apontar um grande contingente de jovens fora da escola, a Pnad de 2007 também mostra que houve redução no percentual de estudantes entre 15 e 24 anos.

Em 2006, 82,2% dos jovens entre 15 e 17 anos estudavam, ante 82,1% em 2007. No mesmo período, o percentual de estudantes entre 18 e 24 anos caiu de 31,7% para 30,9% (veja quadro).

Outro problema diz respeito à defasagem escolar. Entre os jovens de 15 a 17 anos que estudam, cerca de 30% ainda não deixaram o Ensino Fundamental. Calcula-se também que cerca de 60% dos jovens estudantes de 18 e 19 anos estão no Ensino Médio.

Mulheres na frente
A pesquisa do IBGE também mostra que as mulheres freqüentam as instituições de ensino por mais tempo do que os homens.

Em média, elas estudam por 7 anos, contra 6,6 dos homens. No geral, os brasileiros vão à escola por 6,8 anos.

lRenda cresce, mas em ritmo menor do que em 2006
O trabalhador brasileiro recebeu, em média, R$ 960 por mês em 2007. A renda cresceu pelo terceiro ano consecutivo, mas não alcançou o patamar dos R$ 1.011 de 1997.

Houve uma desaceleração do crescimento da renda, que aumentou 3,2% entre 2006 e 2007, ante 7,2% de melhora entre 2005 e 2006.

A Pnad 2007 mostra também que a renda ficou menos concentrada, embora a concentração ainda seja considerada alta pelo IBGE. Entre a população ocupada, os 10% com menor renda detiveram 1,1% do total de rendimentos em 2007. Na outra ponta, os 10% mais bem remunerados concentraram 43,2% do mesmo montante.

Informalidade
A parcela de trabalhadores com carteira assinada no país cresceu 6,1% entre 2006 e 2007, alcançando o número de 32 milhões de pessoas no ano passado, ou 35,3% do total de ocupados.

Apesar do crescimento, a Pnad identificou um contingente de 20,6 milhões de pessoas que têm vínculo empregatício, mas trabalham sem carteira, o que representa 22,7% dos ocupados.

Ainda segundo o levantamento, em 2007, existiam 19,2 milhões de pessoas trabalhando por conta própria, como camelôs e autônomos que não cumprem rotina de vínculo empregatício. Essas atividades ocupavam 21,2% dos trabalhadores brasileiros.

Maioria contribui com a previdência
Pela primeira vez desde 1992, quando a Pnad passou a utilizar a metodologia em vigor, o percentual de trabalhadores ocupados que contribuem para a Previdência ultrapassou a casa dos 50%. Em 2007, o número de contribuintes atingiu 46,1 milhões, ou 50,7% do total do país. Na comparação com 2006, a contribuição para o setor cresceu 5,4%. A Região Sudeste foi a que apresentou o maior percentual: 61,6%.

20% das casas brasileiras já possuem acesso à internet
Os dados da Pnad 2007 indicam que o país superou o índice de 20% de residências com acesso à internet.

De acordo com a pesquisa, pouco mais de 11,3 milhões de moradias brasileiras, ou 20,2% do total, têm computadores ligados à web. O número é quase três vezes maior do que o resultado constatado em 2001, de 4 milhões. Na pesquisa anterior, com dados de 2006, eram 16,9% as residências ligadas à rede.

A região mais privilegiada neste quesito é a Sudeste. Enquanto 34% das residências nos Estados de Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo possuem computador, 27,4% possuem acesso à internet.

Nas regiões Norte e Nor deste, o índice não chega a 10%. Apenas 8,2% das casas no Norte e 8,8% no Nordeste possuem acesso à rede mundial de computadores.
http://www.destakjornal.com.br/noticia.asp?ref=32208

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