domingo, 7 de junho de 2009

Em decisão histórica, OEA revoga suspensão de Cuba após 47 anos

São Paulo, domingo, 07 de junho de 2009 


FLÁVIA MARREIRO
DA REPORTAGEM LOCAL 

Por acordo de todos os países -dos EUA à Venezuela -, a OEA (Organização dos Estados Americanos) revogou resolução de 1962 que suspendia Cuba da entidade. Tratava-se de uma sanção pela aliança político-militar entre o país socialista e a extinta União Soviética.
O hemisfério livrou-se, quase 20 anos após a queda do muro de Berlim, de herança da Guerra Fria às custas de intensa ginástica diplomática na reunião anual da OEA, em Honduras.
A decisão só foi possível porque tanto os EUA de Barack Obama como o bloco liderado pela Venezuela, de Hugo Chávez, cederam. Nenhum dos dois poderia pagar o preço, na atual correlação de forças da região, de se isolar para afundar solução que interessava a todos. Aderiram a uma fórmula intermediária, negociada por um grupo que incluía o Brasil.
O texto acabou com a suspensão sem impor condição prévia, como Caracas e Havana exigiam. E não reintegrou automaticamente Cuba à entidade, como queriam os EUA. O país só participará da OEA se quiser e só após ajustar-se a seus atuais "princípios", entre eles os de "defesa e promoção da democracia representativa". Cuba é ditadura de partido único.
Havana comemorou a vitória como mais um elemento de pressão contra os EUA, que mantêm o embargo.
Já os EUA estrearam "o espírito de diálogo" com a América Latina. Obama decidiu que, para enfraquecer o discurso antiamericano de Chávez, valia a pena suportar os críticos histriônicos anti-Castro da Flórida. Que mantenha esse cálculo.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/corrida/cr0706200902.htm

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