| FLÁVIA MARREIRO DA REPORTAGEM LOCAL
Por acordo de todos os países -dos EUA à Venezuela -, a OEA (Organização dos Estados Americanos) revogou resolução de 1962 que suspendia Cuba da entidade. Tratava-se de uma sanção pela aliança político-militar entre o país socialista e a extinta União Soviética. O hemisfério livrou-se, quase 20 anos após a queda do muro de Berlim, de herança da Guerra Fria às custas de intensa ginástica diplomática na reunião anual da OEA, em Honduras. A decisão só foi possível porque tanto os EUA de Barack Obama como o bloco liderado pela Venezuela, de Hugo Chávez, cederam. Nenhum dos dois poderia pagar o preço, na atual correlação de forças da região, de se isolar para afundar solução que interessava a todos. Aderiram a uma fórmula intermediária, negociada por um grupo que incluía o Brasil. O texto acabou com a suspensão sem impor condição prévia, como Caracas e Havana exigiam. E não reintegrou automaticamente Cuba à entidade, como queriam os EUA. O país só participará da OEA se quiser e só após ajustar-se a seus atuais "princípios", entre eles os de "defesa e promoção da democracia representativa". Cuba é ditadura de partido único. Havana comemorou a vitória como mais um elemento de pressão contra os EUA, que mantêm o embargo. Já os EUA estrearam "o espírito de diálogo" com a América Latina. Obama decidiu que, para enfraquecer o discurso antiamericano de Chávez, valia a pena suportar os críticos histriônicos anti-Castro da Flórida. Que mantenha esse cálculo.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/corrida/cr0706200902.htm
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