domingo, 29 de março de 2009

Obama x Chavez

Obama promete plano para pôr fim a guerra
Às vésperas de divulgar o novo plano americano para o Afeganistão, o presidente Barack Obama disse ontem que o uso da força não é suficiente para acabar com a insurgência Taleban no país da Ásia Central, oito anos após a invasão liderada pelos Estados Unidos e seus aliados da Otan (aliança militar ocidental).

Os esforços no Afeganistão, segundo Obama, devem ser norteados pelo objetivo de saída das tropas estrangeiras."O que não podemos fazer é pensar que só uma abordagem militar resolverá os nossos problemas. O que buscamos é uma estratégia abrangente. E é preciso que ela seja uma estratégia para a retirada. Todos sabemos que essa situação não pode durar para sempre", disse Obama ao canal de TV CBS.

A imprensa também antecipou alguns aspectos do plano. Recente reportagem do "New York Times" disse que a Casa Branca apostará no aumento das forças de segurança afegãs. Mas, segundo o jornal, a situação é tão grave que os EUA reduziram drasticamente as expectativas em relação ao país. A criação de "um grande Estado democrático", antes prioritária, foi substituída pela meta de estabilidade, mais vaga.

Outra reportagem, divulgada ontem pelo jornal britânico "The Guardian", diz que o novo plano dos EUA e seus aliados europeus para o Afeganistão inclui esvaziar o poder do presidente Hamid Karzai. Para isso, pretendem criar um cargo de primeiro-ministro e repassar dinheiro diretamente para as Províncias, em vez de para o governo central em Cabul.

Em outubro, um jornal francês divulgou um telegrama do embaixador britânico no Afeganistão no qual ele defendia a instalação de um "ditador aceitável" naquele país.



"Obama é um pobre ignorante e deveria estudar", diz Chávez
DA FRANCE PRESSE
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, chamou ontem Barack Obama de "pobre ignorante", em resposta a acusações feitas pelo presidente americano, em uma entrevista de TV divulgada em janeiro, de que seria patrocinador do terrorismo e um obstáculo ao desenvolvimento da América Latina."Agora você vem me acusar de exportar terrorismo? O mínimo que eu poderia dizer é que ele é um pobre ignorante. Deveria estudar para entender a realidade latino-americana", ironizou Chávez, no programa semanal de TV "Alo, presidente".

Chávez também relatou ter cogitado, após a posse de Obama, normalizar as relações com Washington, rompidas desde o ano passado, após a expulsão do embaixador americano em Caracas."Mas quando vi Obama dizendo o que disse, passei a resolução para a gaveta", afirmou o venezuelano. "Se [ele] nos respeitar, nós o respeitaremos, mas se ele pretende continuar nos desrespeitando, enfrentaremos o império em qualquer terreno", avisou.

Os dois presidentes se encontrarão pela primeira na Cúpula das Américas, em 16 e 17 de abril em Trinidad e Tobago, na qual Chávez disse que pressionará pelo fim do embargo americano a Cuba.

Folha de SP, 23/03/2009

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