domingo, 27 de setembro de 2009

Preconceito tira vaga de pobre com escola, diz Ipea

Publicado em 23/09/2009
Estudo indica que desemprego é maior para pobres com 11 anos ou mais de escolaridade


Levantamento do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostra que os desempregados pobres têm maior dificuldade de conseguir uma vaga, mesmo tendo mais escolaridade, por serem alvo de preconceito.

Segundo o Ipea, em julho deste ano, a taxa de desemprego entre os pobres era de 23,1%, 5,2 vezes maior que a taxa para quem não se encontrava na situação de pobreza.

O instituto considera pobre o indivíduo cuja renda per capita familiar não supera meio salário mínimo mensal.

A diferença na taxa de desemprego entre pobres e não pobres era ainda maior (7,3 vezes) para os que possuíam 11 anos ou mais de escolaridade. Em julho, 34,5% dos pobres nessa faixa de escolaridade estavam sem emprego; entre os não pobres, eram 4,7%.

Para o presidente do Ipea, Marcio Pochmann, essa diferença reflete o preconceito na contratação de pobres. Ele cita a subjetividade na seleção. "Não perguntam se a pessoa sabe inglês, mas sim quem visitou Nova York ou Londres no último ano, ou onde a pessoa mora. É uma série de questões muito próximas do preconceito", disse.

Além disso, há também o fato de o ritmo de criação de empregos para esse grupo não ter acompanhado a expansão da escolaridade.

O estudo foi feito com base em dados do IBGE das principais seis regiões metropolitanas do país, entre elas Rio e São Paulo.l

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