Publicada em 16/05/2009 às 17h41m
O GloboRIO - Desemprego e morte. Duas palavras que estão associadas a uma faixa etária cheia de vida: os jovens de 15 a 29 anos. Estudo da economista Roberta Guimarães mostra que a falta do emprego e a ociosidade (fora da escola e sem trabalho) estão intimamente ligados ao aumento de assassinatos na faixa etária mais produtiva: a cada 1% de aumento na taxa de desocupação da população jovem, há alta de 0,5% na taxa de homicídios na mesma faixa etária. A ociosidade tem um efeito ainda mais direto: se cresce em 1%, as mortes violentas acompanham. É o que mostra reportagem de Cássia Almeida publicada no GLOBO deste domingo.
De 1992 a 2005, período de análise do estudo, o número de homicídios saltou de 7.197 para 12.309 ao ano, uma alta de 71%. A população de desempregados cresceu exatamente na mesma proporção: de 625.180 para 1.077.216, um incremento de 72,3%. Nas dez maiores regiões metropolitanas do país, foram assassinados, em média, 34 jovens por dia. Nesses 13 anos, 155.801 mães perderam seus filhos para a violência urbana.
O cruzamento de indicadores econômicos como desemprego, renda, pobreza e desigualdade foi feito por Roberta para sua tese de doutorado na UFRJ, para tentar buscar explicações diante da alta taxa de homicídios entre jovens. O resultado da pesquisa ficou pronto exatamente quando a economia mundial sofre um solavanco histórico e, no Brasil, a taxa de desemprego entre jovens de 16 a 24 anos subiu de 17,9% em janeiro para 21,1% em março, na maior alta entre os grupos etários, de acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego, do IBGE:
- É um problema da juventude e das grandes metrópoles. Apesar de representarem 14% da população, os homens entre 15 e 29 anos são mais de 50% das pessoas assassinadas no país. São necessárias políticas de geração de emprego e de inclusão nas escolas, e não apenas investir na repressão.
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