segunda-feira, 26 de abril de 2010

Prova 3º ano


Turma,

Na minha postagem tá faltando o quadrinho no número 4. Não consigo postar na ordem (aahhhhhh... preciso urgente fazer um curso sobre web). Escolham se querem ver como pdf. É a prova de redação. Só q não vale a narração, só pode ser artigo de opinião ou carta.

http://docs.google.com/fileview?id=0B8b0gwHmE8d2YWRlZWFlNzAtYTllZC00MTE5LTkwMTktYjQ3ZmYzZGI3NmZm&hl=en

http://www.ifgoias.edu.br/selecao/...2/prova%20-%20vestibular%202009-2.pdf


Avaliação de Filosofia

(CEFET-GO/2009-2) REDAÇÃO

*Nota da organizadora • Será atribuída nota zero se a redação fugir ao tema proposto; se o candidato utilizar apenas alguma palavra ou expressão referente ao tema, mas sem a articulação de ideias que configurem o seu desenvolvimento; se o texto for considerado caótico, comprometendo o seu sentido. Também serão eliminados os candidatos cujo aproveitamento seja inferior a 30 pontos ou aqueles que apresentarem qualquer tipo de identificação na Folha de Redação.

Tema: Trotes em universidades: os limites entre o rito de passagem e as brincadeiras de mau gosto.

COLETÂNEA

1. Raspar o cabelo de um calouro e chamá-lo de "bicho" pode parecer uma parte inofensiva do "trote" nas universidades de hoje, mas remete a uma tradição de humilhação que se inicia na era medieval, afirmam pesquisadores. Ninguém sabe exatamente quando ocorreu o primeiro trote, mas é certeza que foi antes de as universidades serem chamadas de "universidades". "As universidades medievais se formaram como apêndices da Igreja, quase como departamentos da Igreja Católica", explica Glauco Mattoso, autor do livro "O calvário dos carecas", de 1985, que conta como surgiu o trote.[...] Nessa época, o conhecimento era completamente restrito ao ambiente universitário. "Na Idade Média, todo mundo era analfabeto. Isso é antes do surgimento da imprensa, então os livros eram todos escritos à mão e muito raros. Era caro estudar. Quando alguém entrava em uma universidade, era um privilégio", explica o pesquisador. "Os alunos que já estavam na faculdade viam o novato como um verdadeiro bicho do mato. É daí que vem a ideia de chamar calouros de 'bichos'", conta Mattoso.

(Fonte: http://www.g1.globo.com./sites/especiais/noticias)


2. "Qual é mesmo a Idade das Trevas"?

Por Marcos Guterman, Seção: Zeitgeist, História 00:31:06

Veterano faz calouro da PUC-SP se embriagar: iniciação à barbárie.


As cenas deprimentes dos trotes universitários deste ano me fizeram lembrar de "Os Intelectuais na Idade Média", livro do historiador francês Jacques Le Goff em que ele analisa como começou essa tradição na Europa, no século 14. Lá pelas tantas, ele escreve: "A iniciação de um novato é descrita como uma cerimônia de 'purgação', destinada a despojar o adolescente do seu jeito rústico, até mesmo xucro. Ironizam-se seu cheiro de animal selvagem, seu olhar desvairado, suas orelhas compridas, seus dentes parecidos com presas. Arrancam-lhe chifres e excrescências imaginárias. Lavam-no, dão-lhe um polimento nos dentes. Numa paródia de confissão, ele revela, por fim, seus vícios extraordinários. Desse modo o futuro intelectual abandona sua condição original, que se parece muito à do camponês, do rústico da literatura satírica da época. Da animalidade à humanidade, da rusticidade à urbanidade, essas cerimônias em que o velho fundo primitivo aparece deturpado e quase esvaziado de seu conteúdo original lembram que o intelectual foi arrancado do clima rural, da civilização agrária, do mundo selvagem da terra." Como se nota, na chamada "Idade das Trevas", o calouro era visto como um animal a ser humanizado. No século 21, parece ocorrer justamente o inverso.

(Fonte: http://blog.estadão.com.br)


Comentário de: Edgard Benozatti [Visitante] adaptado.

11.02.09 @ 16:48

Professor, o que realmente assusta não é ver jovens recém-ingressos na faculdade querendo se divertir e se confraternizar com os colegas com os quais vão conviver pelos próximos 4 anos, o que me assusta, caro professor, é essa onda do "politicamente correto", a qual atinge até as pessoas que eu tinha na mais alta estima intelectual, como você, querido professor. Jovens gostam de beber, meu caro, nós queremos forçar nossos limites ao máximo e viver intensamente. Se existe algum período em nossa existência em que nosso bem-estar vai ficar em segundo lugar, esse período é a faculdade, justamente nos nossos 20 e poucos anos. Compreendo que é o papel de alguns tentar impor limites aos que querem acabar com eles, porém, caro professor, não venha culpar uma tradição que visa à diversão e a criar vínculos entre os recém-ingressos na faculdade e os que nela já estão. Se você deseja culpar alguém por este sentimento de insegurança e revolta que lhe invadiu ao ver calouros sendo pintados e embriagados, culpe apenas o espírito da juventude.

Comentário de:Adriano Axel [Visitante] adaptado.

13.02.09@ 09:37

Gostaria apenas de fazer um apelo a todos, ao Guterman e aos leitores deste blog, para que deixassem a crítica emotiva de lado e dessem um pouco de atenção a ponderações mais cuidadosas. Bixos que são pintados, por exemplo, numa situação normal não são apenas "pintados" como animais sob tratamento industrial. Estão felizes por comemorarem uma conquista pessoal e, ao mesmo tempo, estão dividindo essa comemoração com futuros amigos veteranos. Em termos de ritual, a informalidade da pintura funciona como uma espécie de catalizador da aproximação veterano-bixo.

3. [...] posso dizer, convictamente, que trote que respeita a vontade do bixo não é considerado trote. O gostoso, o excitante, o gerador de adrenalina é a subjugação do calouro pelo veterano. Devido a isto, acredito que as propostas de trote-cidadão (do tipo ações solidárias e/ou educativas como coletar lixo, pintar escolas, doar sangue, etc) estão fadadas ao insucesso, podendo mesmo serem transformadas em trotes tradicionais, caso haja subjugação em suas realizações [...] Penso que o trote habital (excluído os definidos como aberrantes) está aí presente e sob a anuência das instituições universitárias. É necessária maior definição para a sua abordagem no próximo ano: ou continua liberado ou se cria um meio termo, porque o limite entre o trote integrador-brincadeira e o trote abusivo é muito tênue e variável de pessoa para pessoa, não dá para ser objeto de um acordo entre os veteranos.

(Fonte: http://www.interface.org.br/revista5/debates4)


4.


5. Depois da alegria de ter passado no vestibular, o medo. A satisfação por ver que meses de estudo e dedicação haviam dado bons frutos convive com a preocupação com o trote, ritual de iniciação à vida universitária que não raro ganha as manchetes de jornais pelas suas características violentas. Foi esse o sentimento que tomou conta de Ana Cláudia Reis quando recebeu a notícia de que ingressaria no curso superior de Administração. Entretanto, o trote acabou sendo uma surpresa positiva para Ana Cláudia. Ela foi convidada pela comissão organizadora da recepção aos calouros das Faculdades Ibmec, em São Paulo, a participar de atividades recreativas em uma creche da cidade. "Eu me perguntava o que os veteranos iam fazer com a gente, se haveria brincadeiras de mau gosto", lembra. "Mas quando soube que o trote seria solidário, foi um alívio instantâneo." A experiência foi tão boa que hoje, três anos depois, ela é uma das responsáveis pela coordenação da recepção aos calouros da faculdade.

(Fonte: http://www.universia.com.br/materia/materia.jsp?materia=3869)


6. O estudante Bruno César Ferreira, de 21 anos, vítima de agressão na segunda-feira, 9, durante trote do curso de medicina veterinária da Anhanguera Educacional, em Leme, disse que a única certeza que tem em relação ao seu futuro, como estudante, é de que não volta para a universidade na qual sofreu maus tratos. "Para lá eu não volto. Eles estão educando vândalos, não futuros profissionais. Tenho medo de ser reprimido.[...] Cheguei às 7 horas, entrei e lá pelas 8 horas fui ver os valores das mensalidades na secretaria. Quando saí, um veterano me pediu para tirar a camiseta, boné, meus pertences. Achei que ia raspar minha cabeça e me pintar, até aí tudo bem. Mas foi bem mais que isso, porque fizeram a gente (calouros) entrar em uma lona na qual tinha excremento de animais e aves em decomposição. Pensei: se isso representa a medicina veterinária, perdi a vontade", conta o estudante agredido.

(SIMIONATO. Maurício. Aluno diz que foi chicoteado durante trote. Folha de S.Paulo, 11 fev. 09. Cotidiano C1. adaptado)


7. Era hora de descanso, passeávamos, conversando. Falamos dos colegas. Vi, então, de dentro da brandura patriarcal do Rabelo, descascar-se uma espécie de inesperado Tersito, produzindo injúrias e maldições. "Uma cáfila! Uma corja! Não imagina, meu caro Sérgio. Conte como uma desgraça ter de viver com esta gente." E esbeiçou um lábio sarcástico para os rapazes que passavam. "Aí vão as carinhas sonsas, generosa mocidade... Uns perversos! Têm mais pecados na consciência que um confessor no ouvido; uma mentira em cada dente, um vício em cada polegada da pele. Fiem-se neles. São servis, traidores, brutais, adulões. Vão juntos. Pensa-se que são amigos... Sócios da bandalheira! Fuja deles, fuja deles. Cheiram a corrupção, empestam de longe. Corja de hipócritas! Imorais! Cada dia de vida tem-lhes vergonha de véspera".[...] "Viu aquele da frente, que gritou calouro? Se eu dissesse o que se conta dele... aqueles olhinhos úmidos de Senhora das Dores... olhe; um conselho: faça-se aqui, faça-se homem. Os fracos perdem-se. Isto é uma multidão; é preciso força de cotovelos para romper. Não sou criança, nem idiota; vivo só e vejo de longe; mas vejo. Não pode imaginar. Os gênios fazem aqui dois sexos, como se fosse uma escola mista. Os rapazes tímidos, ingênuos, sem sangue, são brandamente impelidos para o sexo da fraqueza; são dominados, festejados, pervertidos como meninas ao desamparo. Quando, em segredo dos pais, pensam que o colégio é a melhor das vidas, com o acolhimento dos mais velhos, entre brejeiro e afetuoso, estão perdidos... faça-se homem, meu amigo! Comece por não admitir protetores."

(POMPÉIA, Raul. O Ateneu. Porto Alegre: L&PM. 1999)


Proposta 1 – Carta de leitor


A carta de leitor é um gênero que atende a diversos propósitos comunicativos, como opinar, elogiar, reclamar, reivindicar, entre outros. Encontrada frequentemente no meio jornalístico, a carta de leitor apresenta uma opinião sobre determinado assunto lido nos periódicos. A argumentação e a interlocução presentes nesse texto têm por finalidade convencer o interlocutor sobre determinado ponto de vista.

Suponha que você seja o pai ou a mãe de um calouro universitário que tenha vivido um trote. Diante de tantas reportagens lidas sobre a temática Trote em universidades: os limites entre o rito de passagem e as brincadeiras de um gosto, você queira posicionar-se sobre a experiência vivida por seu filho, dialogando com o jornal ou revista por meio de uma carta de leitor. Considere as ideias contidas nos textos presentes na coletânea como argumentos e contra-argumentos de sua carta. Apesar de ser uma carta de leitor, você não deve assiná-la.


Proposta 2 – Artigo de opinião


O artigo de opinião é um texto de caráter jornalístico que traz a interpretação, análise ou opinião do articulista sobre determinado fato, assunto ou tema de relevância, de forma a convencer o leitor a aceitar uma ideia, mudar uma atitude e adotar uma postura.

Escreva um artigo de opinião para um jornal local, discutindo, a partir de fatos mais recentes, a sua concepção acerca do questionamento expresso no tema: Trote em universidades: os limites entre o rito de passagem e as brincadeiras de mau gosto. Lembre-se de que os argumentos e contra-argumentos serão fundamentais para permitir a construção de uma análise crítica dos dados obtidos na coletânea, bem como a interpretação das ideias nela contidas.

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