"Assim, os eventos de 11 de março, no Nordeste japonês, surpreenderam o mundo de duas maneiras. A primeira pela violência do tsunami e dos vários terremotos. A segunda pela disciplina, ordem, dignidade, paciência, honra e respeito de todas as vítimas. Filas de pessoas passando baldes cheios e vazios, de uma piscina para os banheiros.
Nos abrigos, a surpresa das repórteres norte americanas: ninguém queria tirar vantagem sobre ninguém. Compartilhavam cobertas, alimentos, dores, saudades, preocupações, massagens. Cada qual se mantinha em sua área. As crianças não faziam algazarra, não corriam e gritavam, mas se mantinham no espaço que a família havia reservado.
Não furaram as filas para assistência médica – quantas pessoas necessitando de remédios perdidos – mas esperaram sua vez também para receber água, usar o telefone, receber atenção médica, alimentos, roupas e escalda pés singelos, com pouquíssima água.
Compartilharam também do resfriado, da falta de água para higiene pessoal e coletiva, da fome, da tristeza, da dor, das perdas de verduras, leite, da morte.
Nos supermercados lotados e esvaziados de alimentos, não houve saques. Houve a resignação da tragédia e o agradecimento pelo pouco que recebiam. Ensinamento de Buda, hoje enraizado na cultura e chamado de kansha no kokoro: coração de gratidão.
Quando temos humildade e respeito pensamos nos outros, nos seus sentimentos, necessidades. Quando cuidamos da vida como um todo, somos cuidadas e respeitadas.
O inverso não é verdadeiro: se pensar primeiro em mim e só cuidar de mim, perderei. Cada um de nós, cada uma de nós é todo manifesto". Monja Coen
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Comentario da Gisela Rao, de onde adaptei esse post: Não estou dizendo que a gente não deva extravasar a nossa raiva. Sim, devemos. Só não sei se nos outros. Só não sei se em tantos momentos da vida. Uma vez eu estava com ódio de uma pessoa e espanquei tanto um sofá que a minha empregada, que morava no andar debaixo (mulher do zelador), pensou que eu estivesse tendo uma noite de sexo selvagem hehehe. Fez um bem danado e não foi em ninguém.
O mais louco é que estamos vivendo uma era de medo. E todo medo gera uma agressividade. Mas, também estamos vivendo uma era de amorosidade, onde, com tantos desastres, as pessoas se tornam cada vez mais solidárias com o próximo.
Então, aproveito este filme que mexeu tanto comigo pra dizer: pratique um pouco de "doucement"!
Obs: essa palavra francesa literalmente significa: docemente.
http://vigilantesdaautoestima.zip.net/
*Estou em um PC sem acentos e sem cedilhas.
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